domingo, 24 de abril de 2011

Ls15374

Esta é uma curta-metragem que fiz com a minha amiga Kathleen Pullum no verão de 2009.

Conheci a Kath num workshop de filmes documentário em 2008. Durante esse workshop o nosso grupo (mais dois rapazes, o Isaac Marrero e o Uilleam Blacker) fez um documentário sobre um imigrante romeno em Londres. A Kath e eu continuámos a trabalhar juntas, e no verão de 2009 queríamos criar uma curta para um concurso cujo tema era “controle”. Inicialmente sugeri fazermos um filme sobre a minha mãe, uma self-confessed control freak. O projecto, não sei bem como, foi evoluindo e acabámos por sempre fazer um filme sobre a minha mãe, mas olhando para o tema de “controle” de uma perspectiva.

O filme não foi escolhido para o concurso, mas continuo a achar a historia interessante, em termos pessoais e da origem dum produto, o Terrus. Mas eu sou suspeita, é claro.



This is a short documentary film that I made with my friend Kathleen Pullum in the summer of 2009.

I met Kath when we both took part in a workshop on documentary filmmaking, as a result of which our group (which included two other guys, Isaac Marrero and Uilleam Blacker) made a film about a Romanian living in London. Kath and I continued to work together, so it was that in the summer of 2009 we wanted to make a short for a competition whose theme was “control”. Initially I suggested that we make a film about my mother, a self-confessed control freak, but, somehow, the project evolved so that we did end up making a film about my mother, but looking at the theme of “control” from another perspective.

The film didn’t make the competition shortlist, but I continue to think it presents an interesting story, both on a personal level and on the origin of a product, i.e. Terrus, but of course I am biased.




segunda-feira, 4 de abril de 2011

Poukaterra

O comboio é um escorrega que baloiça saloio

Entre choques de trigos e cheias, passeantes de choupos da segunda-feira

Pouka terra pouka terra

Pontes, postes, sanitários- banheiras e laranjeiras anãs dopadas

Em condomínios fechados

Na berma dos carris, carruagens abandonadas

Quanto falta para (não) chegar a casa?

Pouka terra pouka terra pouka terra

Gruas, ruídos, estantes de rumores

Cabos, fins, exaustores

Não me canso não me canso não me canso

Nem alcanço a próxima paragem

A pasta do fiscal, um sinal e sinto-me picada

Por um roxo improvável na janela da fachada

Uma água em ângulo escaleno, contraceno com a bandeira de Portugal

E vedações, roupas a secar

Um presidente solidário, não se esqueça de votar

E logo recomeça o jogo aos dados

Dos quarteirões homologados

Kosmos intermarché

Supra-elevadas, matas, tanques

Containers vadios

Vazios e Graffitis, romãs e julietas

Vapor que não é neblina, nicotinas devaneadas

Janelas alistadas e mais vapor

Pavor misto

AUTO-LAVAGEM:

Uma viagem de comboio é isto

O resto é paisagem.

E antes que a Vasco da Gama acorde o último peixe

Vejo o feixe

De luxo do Oriente engolido pela manhã nascente.

E no jornal mais uma guerra

Pouka terra pouka terra pouka terra

­­­­­­­­­­­­_______________________________________

Paola D'Agostino (Mato de Miranda, 10/01/2011)