domingo, 2 de agosto de 2009

ARTIGO PARA A REVISTA DA CEGTMAL

Artigo Revista Confraria TERRUS Londres 31 de Julho 2009

No almoço do capítulo da Primavera, em Lisboa, foram apresentados e servidos vinhos do Douro, entre eles o tinto TERRUS, produzido por Maria da Assunção Foy, casada com o confrade Christopher Foy.

 

O Chris é confrade desde o tempo em que viviam em África e grande apreciador dos bons vinhos portugueses e não só. Talvez por isso, quando regressaram à Europa, o que coincidiu com a São herdar uma pequena quinta em Barrô, Resende, o terem-se lançado no projecto de replantar a vinha, ou 2 hectares dela, recuperar a casa e outras ruínas existentes e tentar produzir um vinho que respondesse às exigências do Chris e eventualmente do mercado.

 



Ao fim de 10 anos o resultado está à vista, a casa, adega, casinhas, armazém e loja de vinhos acabados ou quase e o TERRUS a dar os primeiros passos, algo cambaleantes, que o teor alcoólico é superior ao que se esperava desta zona de transição.
 


Barrô é a freguesia mais a Oeste da zona demarcada do Douro, margem Sul, Baixo Corgo portanto e o solo é granítico. Tem uma igreja românica bonita, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, nome que foi dado ao pai da São (e da Teresa, casada com o Roger e de mais 12 irmãos e irmãs, contando só os legítimos, como se dizia), em promessa de que nascesse são e escorreito…e varão.


 




Para a São, recuperar a quinta e tentar torná-la produtiva era um dado evidente e pouco questionável. Além disso sempre tinha achado o lugar bonito, muito bonito até, dos mais bonitos das redondezas. E estava a chegar à idade, que não perdoa, em que o chamamento da terra e da terra da sua infância se começava a tornar ensurdecedor.
Para o Chris, que conhecia o suficiente da terra e das gentes para temer as consequências, restou a alternativa de trazer os Leões da Rodésia que o seguem para todo o lado e acompanhar os desenvolvimentos com pareceres, escolhas e uma aprendizagem longa e esforçada de paciência e generosidade. Porque o Douro é duro como a pedra que o sustenta e as suas gentes obstinadas e nem sempre razoáveis.
Assim acabaram fazendo o TERRUS, filho único para já, escurinho e cheio de carácter, como os produtores e o enólogo, Francisco, que também é da família. Fica ao vosso critério adoptá-lo e acompanhá-lo no crescimento que se auspicia lento e seguro, como a terra que o deu. À saúde. 

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